Duas artistas escultoras, Flávia Sáfadi e Paula Delmanto, tão próximas e tão distantes em seus sonhos na busca de formas plásticas, para modelar as matérias que caem em suas mãos e são transformadas, por sua vez, em esculturas arrojadas e audaciosas em seus respectivos contextos.
Essas artistas foram atraídas por imagens que nasceram num percurso imaginário, cuja direção já estava delineada, aguardando suas presenças para o início da metamorfose artística, quando a matéria bruta ganhou formas para serem apreciadas pelo observador ávido pelo novo, mas que ao mesmo tempo guardam resquícios de sensibilidade e de satisfação pessoal.

Esse processo ocorreu do encontro destas duas personagens – as artistas – num espaço indistinto, a princípio um pouco sombrio, mas que lhes abriu as portas para despertar seus instintos de criação, através de uma chama intensa, inerente à personalidade de cada uma delas.
No encontro casual de Flávia e Paula, não estava a premissa de compartilhar suas atividades artísticas, mas a sintonia entre ambas, a empatia, as mesmas vivências de fazer artístico permitiram uma dualidade na produção de obras, com características antípodas algumas vezes e, outras, fazendo lembrar as suas origens.
Apresentam em suas produções, aspectos da condição humana, figuras imaginárias, objetos inanimados, representação de fatos ou personagens reais exacerbados pela própria e peculiar imaginação dessas artistas.
A produção escultórica de cada obra de Flávia e de Paula é tão condizente que essas peças não se conflitam, não se rivalizam, não competem entre si e, no entanto, se harmonizam; permitindo que cada uma se apresente com o seu potencial latente de comunicação visual.